25 fevereiro, 2025

Gestão de talentos em tecnologia: o posicionamento das empresas no novo mercado

A busca por profissionais qualificados, a retenção e gestão de talentos é um dos maiores dilemas encarados pelas empresas, e quando falamos da área de tecnologia, o assunto se torna ainda mais sensível.

Um dos maiores compromissos de gerir profissionais de modo geral é compreender as expectativas e necessidades de cada indivíduo. Mas o profissional de TI tem desafios e demandas muito particulares, sendo fundamental tratá-las adequadamente para garantir que eles possam construir carreiras duradouras na mesma companhia.

Além disso, talentos tech também requerem um olhar mais apurado, uma vez que eles têm cada vez mais opções e expectativas mais elevadas, fazendo também com que as companhias adotem estratégias específicas de atração e retenção.

Esses são apenas alguns dos insights que Dani Komatsu, CIO da Espaçolaser; Karla Ribeiro, Co-fundadora da Kipon; e Dani Santos, Diretora de RH da Simpress; compartilharam conosco no último episódio da primeira temporada do PodSim, onde falamos sobre a boa gestão de talentos em TI, quais habilidades são necessárias, como lidar com as complexidades do mercado e qual deve ser o posicionamento das empresas nesse novo cenário.

Quer conferir mais detalhes? Então vamos lá!

3 habilidades que pautam o sucesso na gestão de talentos em tecnologia

Imagem das participantes do episódio do podsim podcast sobre gestão de talentos em ti

Primeiramente, nossas especialistas convidadas começam lembrando que uma boa gestão de talentos em tecnologia requer habilidades muito exclusivas, que se resumem em condução flexível, escuta ativa e manter a motivação e a visão da empresa sempre em jogo. Veja só:

1. Flexibilidade

Para Karla Ribeiro, da Kipon, é importante que as companhias entendam as mudanças geracionais, e adotem uma postura mais maleável e flexível. De acordo com ela, os setores de RH ainda são muito engessados, o que acaba culminando na desmotivação e perda de talentos para outras empresas:

“Estamos falando de um público, e também de uma geração, que vai para muitos caminhos profissionais. […] A gente percebe que se perde muito talento tech, que fica 1 ano e meio, 2 anos dentro da companhia, porque essa pessoa quer o que? Quer um projeto novo, desenvolver uma linguagem nova, quer ir para outra área.

A especialista ainda ressalta que os processos de RH internos não contemplam transições de carreira de maneira fluída, mas o grande problema é que ninguém mais quer esperar um ano para dar o próximo passo na profissão.

2. Escuta ativa

Já para Dani Santos, da Simpress, a escuta ativa é uma competência fundamental do gerenciamento de equipes de TI, especialmente para o setor de Recursos Humanos:

“Essa é a grande missão que nós, como RH, temos: de ouvir. Porque não é supor, eu preciso ouvir qual é o próximo passo de carreira que essa pessoa quer ter”.

Para ela, o TI abre muitas portas, e a chave do sucesso na gestão de talentos da área é a cocriação: “Acho que a palavra é cocriação. Não delegue a gestão da sua carreira para empresa nenhuma, mas me diga o que mais você quer aprender”.

3. Manter a motivação e a visão da empresa

Dani Komatsu, da Espaçolaser, completa ressaltando que o RH tem a poderosa missão de equilibrar os interesses dos colaboradores e os interesses da empresa. Mas para fazer isso, é necessário olhar para a organização como um todo, praticar uma escuta mais empática e agir:

“É você equilibrar, você ouvir, ter a escuta ativa, encontrar a motivação e fazer todo esse quebra-cabeça para encontrar o que a pessoa quer fazer e onde tem oportunidade para ela, além de pensar no resultado da empresa e não só da sua área”.

Como profissionais têm lidado com a gestão de talentos em tecnologia frente as complexidades do mercado

Quando a intenção é praticar uma boa gestão de talentos em tecnologia, ter adaptabilidade também é uma aptidão necessária.

Essa capacidade de se encaixar rapidamente em novos contextos se torna crucial para as empresas, especialmente no cenário em que vivemos, marcado por transformações tecnológicas, coexistência de diferentes gerações atuando no mesmo espaço de trabalho, alta demanda por novas capacidades e conhecimento relacionados à novas tecnologias     .

Dito isso, segundo nossas especialistas, a melhor maneira de lidar com o assunto atualmente é considerando esses 3 fatores:

Bem-estar e felicidade

Quando o assunto é o bem-estar e a felicidade do profissional tech, é preciso que a gestão de talentos mantenha um olhar vigilante. Dani Santos discorre sobre o assunto: “Eu acho que a felicidade não é um estado, é a soma de pequenos momentos, é a pessoa se sentir bem em um ambiente psicologicamente seguro, entender que ela tem oportunidade para crescer como profissional, como ser humano […] Essa questão da felicidade é um equilíbrio entre vida pessoal, profissional e expectativas”.

Para a especialista, é importante tratar a felicidade como a experiência do colaborador e pelo nível de satisfação (eNPS). Segundo Dani, essa narrativa faz mais sentido porque é dessa forma que uma companhia consegue construir um plano de ação mais estruturado.

Adaptabilidade

Dani Komatsu enfatiza também: “Nós, gestores, precisamos nos adaptar à essa demanda crescente de ouvir”.

A especialista cita que ainda há muitos gaps nesse meio, com líderes de RH que não praticam a escuta ativa, e que esse modelo mais enrijecido de gestão não funciona mais nos dias de hoje porque o trabalho a ser desenvolvido é construído em conjunto entre os próprios profissionais de TI, seus gestores e, claro, os recursos humanos como mediador.

Ferramentas corretas

Karla complementa ressaltando que a felicidade do colaborador não cabe apenas ao seu líder e explica que, às vezes, também faltam recursos para esse gestor: “O líder deveria ter as ferramentas corretas para executar o básico no dia a dia […] Os colaboradores precisam estar engajados, precisam estar satisfeitos, eles precisam saber o que têm que fazer”.

Propagação de conhecimento e gestão de talentos: como especialistas enxergam a democratização da informação

Imagem dos participantes do episódio do podsim podcast sobre gestão de talentos em ti

Na boa gestão de talentos em tecnologia, há mais um ponto: a democratização do conhecimento e da informação. Para Dani Komatsu, o compartilhamento de informações e saberes é menos problematizado hoje em dia. Além disso, ela acredita que as organizações, de maneira geral, se prepararam para esse momento: elas modernizaram seus sistemas, e são capazes hoje de fazer a gestão do conhecimento de forma mais democrática.

Dani Santos, da Simpress, concorda e ainda defende que é tudo uma questão de cultura: “A cultura de aprendizado, essa inteligência coletiva, tem se tornado cada vez mais necessária porque é uma questão de sobrevivência para o negócio”. E reforça: “O negócio não pode depender só do presidente, ou só dos diretores, o negócio é a soma do esforço de todo mundo”.

Para as experts, todas essas transformações, inclusive essa da propagação do conhecimento, tem muita relação com a questão geracional. A chegada da nova geração no mercado corporativo tem impactado não só a gestão de talentos em tecnologia, como também ampliado as possibilidades de desenvolvimento em todas as áreas. Esse encontro pede uma melhor contribuição de cada colaborador, e também fomenta a relação de confiança, a vontade de desenvolvimento e o bem-estar dentro da própria cultura organizacional.

Dani Komatsu entende que a nova geração ainda trouxe um modelo de trabalho mais colaborativo: “O modelo ágil também trouxe essa questão da colaboração, cada um contribuindo com o seu papel e conseguindo entregar valor no todo. […] Eu vejo a nova geração e eles querem participar, eles querem contribuir, eles querem dar ideias, eles querem fazer parte. Eles entendem quando a coisa não vai pra frente, e eles entendem o porquê das coisas. Mas eles precisam participar de todo o processo decisório de forma muito colaborativa”.

Já Karla pontua que o conhecimento é experiência, e que tem coisas que você só aprende por meio de tentativa, falha e acerto. Para ela, nesse encontro de gerações existe algo que não está definido: a validação do conhecimento do outro. O que ela quer dizer é que, muitas vezes, aos olhos das gerações atuais, as gerações anteriores estão ultrapassadas. Já para as gerações anteriores, as novas gerações ainda não detêm de todo conhecimento que precisam.

Karla entende que ainda não encontramos um bom equilíbrio e Dani Santos complementa lembrando que o compromisso da boa gestão de talentos em tecnologia é encontrar o melhor de cada geração.

Como reter os talentos em tecnologia agora e no futuro?

Mas então, como fazer uma boa gestão de talentos em tecnologia e reter esses profissionais agora e no futuro?

Segundo um mapeamento feito pela Korn Ferry e trazido pelo nosso host para a conversa, existem 3 pontos para ficar de olho. São eles:

  1. Reduzir o pensamento de curto prazo e trazer esses talentos para pensar em jornada de carreira;
  2. Trabalhar confiança e encontrar formas para o trabalho híbrido inteligente;
  3. Preparar o terreno para a promoção dos Millenials e Geração Z.

Nossas convidadas enxergam esses pontos da seguinte forma:

Para Karla Ribeiro, a confiança é a base de tudo. Além disso, é preciso se aprofundar: “o trabalho de sentar, abrir o livro, ou ter conversas profundas […] tem que ser feito para ser bom. Isso é o que vai distinguir o high performance do resto, do básico, de todo mundo”.

Dani Komatsu reforça que para reter talentos, é preciso também entender o colaborador, suas necessidades, o que o motiva e potencializá-las: “É menos treinamento massante e mais aprendizado no dia a dia, on the job, pelo modelo, pela inspiração, pela prática”.

Dani Santos finaliza lembrando que é importante que o líder tenha pleno conhecimento da estrutura: “Precisa saber quem são os promotores, quem são os neutros e quem são os d     etratores. O tempo do líder também é finito, então se ele investir muito tentando resgatar alguém da equipe dele que é um d     etrator, ele não investe tempo no promotor e no neutro. No fim, a satisfação é da equipe”.

Tudo isso significa que, para uma boa gestão de talentos em tecnologia, é necessário ter uma conduta mais flexível, uma postura empática, escuta ativa, e trabalhar em prol da jornada de carreira, das formas mais inteligentes de trabalho e da promoção das futuras gerações, visando sempre o sucesso do negócio.

Quer saber mais sobre gestão de talentos em tecnologia e outras novidades sobre a agenda? Assista ao episódio completo no Youtube ou clique neste link e ouça no Spotify. Para conferir outros temas já abordados no PodSim, acesse também o nosso canal.

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