Sustentabilidade corporativa: o papel da tecnologia na consolidação da estratégia

A sustentabilidade virou assunto de primeira ordem no Brasil e no mundo. Seja nas reuniões corporativas, nos ambientes acadêmicos ou no dia a dia das pessoas, a busca pelo suprimento responsável das necessidades humanas, sem que isso comprometa os recursos naturais e o futuro das próximas gerações, tornou-se uma pauta urgente.

Fechando o cerco para as organizações, o cenário é ainda mais avançado: o mundo dos negócios está cada vez mais preocupado com os impactos da tecnologia na sustentabilidade, o ESG nas empresas e suas implicações.

Na verdade, a chamada sustentabilidade corporativa é o que tem norteado as organizações do novo milênio. Com a utilização da tecnologia, o conceito vem direcionando as empresas de forma bastante interessante, ajudando-as a assumir condutas mais responsáveis, a mudar seus padrões processuais e a adotar estratégias de negócios sustentáveis, como ressalta Grazielle Parenti, VP da Syngenta:

“As empresas bem sucedidas hoje são aquelas que melhor entendem e fazem da sustentabilidade uma alavanca de negócio. O negócio parte da sustentabilidade. Não há ações sustentáveis isoladas.”

Para explorar melhor o assunto, no terceiro episódio do PodSim, Grazielle, Anderson Kolberg, COO da NDD Tech, e Paulo Roberto Alouche, VP da Simpress, discutiram sobre o papel das empresas diante dos desafios ambientais, sociais e de governança, e sobre a tecnologia como ferramenta de transformação e consolidação das estratégias sustentáveis.

Continue conosco e confira um resumo desse rico encontro.

Sustentabilidade corporativa: como a tecnologia se relaciona com as pautas ambientais?

A relação entre transformação digital, meio ambiente e sustentabilidade corporativa vem ganhando destaque à medida que a sociedade, empresas e governos começam a buscar por soluções inovadoras para mitigar os impactos ambientais e promover um equilíbrio entre crescimento econômico e preservação.

Quando questionados sobre o cenário atual e como a tecnologia pode ser uma aliada poderosa para a agenda da sustentabilidade, nossos especialistas convidados apontaram 7 frentes a serem consideradas:

●       Preocupação no uso de energia renovável

A energia renovável é um pilar fundamental quando falamos em redução do impacto ambiental e sustentabilidade corporativa. É, também, uma realidade possível graças à tecnologia.

Paulo Alouche destaca que hoje já se nota uma preocupação das empresas em aderir a essa alternativa, já que ela causa um impacto ambientalmente menor. Segundo ele, a HP, grupo do qual a Simpress pertence, já utiliza 100% de energia renovável em suas operações no Brasil, sendo boa parte desses recursos advindos da energia solar.

Vale lembrar que essa prática não só diminui a pegada de carbono, como contribui para o cumprimento das metas ESG nas empresas, ao mesmo tempo em que torna a companhia um exemplo para outras instituições que estão na mesma jornada.

●       Oportunidades de talentos

Outro assunto relevante são as oportunidades de talentos, afinal, o desafio de contratar e reter talentos não é mais uma questão apenas financeira, e sim um tema intrinsecamente ligado às práticas de sustentabilidade corporativa.

Alouche afirma que, atualmente, a geração de novos talentos está cada vez mais consciente e preocupada com as questões ambientais e com o ESG nas empresas. Ele também reforça que as companhias que adotam práticas sustentáveis estão, portanto, em vantagem competitiva para atrair profissionais que possuem uma visão ecologicamente responsável.

Associar-se a esses talentos, aliás, promove um ambiente de inovação muito positivo para as organizações. O comprometimento com as causas ambientais é bom para os negócios e também para a sociedade como um todo.

●       Economia Circular

Paulo Alouche também coloca um destaque significativo na prática da economia circular, que envolve a remanufatura de produtos. Ele ressalta, por exemplo, o caso da Simpress, que produz dispositivos sustentáveis com materiais reciclados.

Oferecer esses produtos remanufaturados, segundo ele, não só contribui para a redução de resíduos, mas representa uma alternativa atraente para o cliente: “Isso é bom para nós, isso é bom para boa parte dos clientes, que não podem ter acesso a produtos mais caros”, diz ele.

Assim, segundo Paulo, a empresa acaba oferecendo soluções de muita qualidade por valores acessíveis, promovendo um ciclo virtuoso. Grazielle, da Syngenta, também defende que produzir tecnologias financeiramente acessíveis é mais um compromisso da sustentabilidade corporativa.

●       Transparência de Dados

Ainda sobre a sustentabilidade corporativa, podemos citar mais um ponto favorecido pela tecnologia: a transparência de dados, elemento que desempenha um papel crítico para manter a integridade e a credibilidade das iniciativas.

Como acredita Grazielle Parenti, a utilização de tecnologias para rastrear e auditar em tempo real os esforços sustentáveis de uma empresa permite a demonstração clara e confiável do impacto positivo das ações adotadas.

●     Descarte Responsável

O descarte responsável de dispositivos eletrônicos é um tema que já foi subestimado, mas que hoje tornou-se indispensável com a agenda da sustentabilidade corporativa. Graças à tecnologia e os avanços recentes, hoje ele pode ser realizado de forma assertiva e otimizada, gerando muitos benefícios à sociedade de modo geral, além de evitar a contaminação do solo e dos recursos hídricos.

●       ESG nas empresas

Por fim, a sustentabilidade tem total relação com o cumprimento das metas ESG nas empresas. De acordo com Anderson Kolberg, COO da NDD Tec, as companhias já podem dar o primeiro passo repensando suas ações de forma voluntária, compensando uma fatia ou todo o impacto gerado graças às soluções tecnológicas.

Grazielle reforça que a sustentabilidade corporativa e o ESG nas empresas é importante, inclusive, para os investidores. Parenti lembra que manter boas práticas é um fator que costuma contar, e muito, nas negociações.

4 ações para implementar a sustentabilidade corporativa no centro da estratégia de negócios

Como vimos, implementar a sustentabilidade corporativa não é apenas benéfico para o meio ambiente, como também uma estratégia inteligente de negócio. Afinal, priorizar a agenda melhora a imagem da empresa diante da concorrência e de seus públicos, ajuda a atrair e a reter grandes talentos, contribui para a criação de novos produtos e serviços, além de promover economia de recursos.

Para estabelecer a sustentabilidade corporativa, no entanto, não é necessário somente tecnologia, mas considerar alguns passos importantes, como:

• Tomar ações em parceria:

  Para Grazielle Parenti, contar com parceiros é importante na hora de colocar a sustentabilidade corporativa no centro da estratégia:

“Você tem que buscar os seus aliados”, diz ela. E continua: “Se você trabalha numa indústria, por exemplo, o cara de logística tem que estar junto com você nesse negócio porque tem impacto importante no que ele faz”, explica.

Para ela, também é importante ter cautela, e não tentar quebrar todas as barreiras de uma só vez.

• Entender as melhores estratégias de lucro:

  Parenti destaca, ainda, que é fundamental entender como a empresa ganha dinheiro para só depois propor projetos e estratégias de negócio sustentáveis:

“Vai entender como é que a empresa ganha dinheiro. Não tente impor os projetos”, defende. Mais adiante, ela incentiva: “Dentro desse contexto aqui, quais são as coisas que a gente podia fazer pouco diferente?”. Para Grazielle, a imaginação é importante no mundo corporativo.

• Reter informações sobre o assunto:

  Nessa mesma ideia, também é crucial reter informações sobre o assunto, aprender com a sua rede, estudar o que já existe no negócio. Quando falamos de sustentabilidade corporativa, ter conhecimento é a chave para imaginar um futuro promissor e criar estratégias de negócios sustentáveis.

• Enfatizar seu compromisso com o meio ambiente:

  Por último, mas não menos importante, as empresas precisam enfatizar de maneira clara a sua responsabilidade ambiental. E não somente falar, mas de fato fazer acontecer. Afinal, assumir essa postura promove uma imagem positiva e ajuda atrair clientes e parceiros que valorizam a sustentabilidade corporativa.

Ao adotar as práticas mencionadas, é possível encaminhar os negócios para um modelo operacional mais sustentável, favorecer o cumprimento das metas ESG nas empresas, prosperar como organização.

Quando falamos de Brasil, é importante mencionar que vivemos uma realidade propícia, conforme nossos especialistas puderam concluir ao longo do episódio. Para Grazielle, estamos no lugar certo para realizar essa transformação, numa agenda acelerada e num momento favorável.

Anderson Kolberg concorda, enfatizando que somos a nona potência do mundo, e o décimo terceiro país em emissão de carbono. Segundo ele, estamos em uma posição mais favorável do que o restante do globo.

Além disso, ele conta que o Brasil abriga 15 das vinte melhores empresas da América Latina, o que naturalmente já o fortalece como país e potência. Para o especialista da NDD, tudo ainda é muito novo, o que implica em não termos medições exatas. Mas o cenário é positivo e com muito potencial tecnológico.

De fato, as empresas daqui já caminham de encontro a uma realidade mais sustentável. E a Simpress, por exemplo, é um retrato dessa trajetória, com sua solução de neutralização de carbono Carbon Neutral. Nesse programa, a Simpress neutraliza o carbono emitido pelo consumo de energia elétrica dos dispositivos de TI locados através do plantio de novas árvores.

De março do ano passado até aqui, já foram 11 mil árvores plantadas e mais de 6 mil toneladas de CO² neutralizados, demonstrando um compromisso interminável com a sustentabilidade, com o meio ambiente e com o futuro das próximas gerações por meio de ações concretas e mensuráveis.

Seguindo essa mesma direção e exemplos como o da Simpress, as empresas brasileiras podem não apenas contribuir para um futuro mais verde e limpo, como também se destacarem no cenário global como autoridades em sustentabilidade corporativa.

Quer saber mais sobre o futuro e sobre assuntos relacionados ao ESG nas empresas e os impactos da tecnologia na sustentabilidade? Ouça o episódio completo no Spotify ou acesse o vídeo abaixo e assista nossos especialistas no Youtube: